PONTEIROS DO TEMPO
Olho para as crateras do tempo...
Indago ao céu, ao mar a natureza enfim:
-Por que o centro da terra não se corrói?
Fica esbelto a voar como a águia, iludido...
Cego para as bactérias a entranharem-se
em sua degradada prole, devorando,
ao comando dos cruéis ponteiros
que arrancam os dentes da fera ferida
sugando ferozmente as pálidas mandíbulas
e com fúria transformam em cinzas os ninhos
a revelia da criação..., dissecando corpos,
antes vistosas vaidades, que em palha desfilam
suas mechas artificiais querendo impor
jovialidade às bengalas...
Esse tempo, algoz das encantadoras vontades,
amarela a casca, mas não reprime a poesia,
eterna jovem das curvas inexprimíveis,
em “versos” repletos de esperanças e glórias!
Mundo das perfeições e encantos fluídos,
por nenhuma lassidão do tempo destruído!
Elair cabral