domingo, 7 de setembro de 2014

PESADELOS


PESADELOS


Ouço o seu apelo, tal como um murmuro ao vento..
Os desalentos incessantes, vejo-me em avenidas
rasgadas, asfixiada com pó de concretos, desfragmentados
aos meus pés....
O peso do mundo apropria-se do meu sonhar, a insónia abraça
corpos pequenos, cegos...Sem vidas...
Quisera seguir os seus passos, esquecer o fogo que me transmove
com destino a terras conhecidas.... Hoje roubam meus sorrisos...
As rosas negras ofertarei aos jardins sem vidas, as almas esquecidas..
As sobrevidas dos vivos, minhas angústias, pesares, lágrimas....
Inviável falar-te de amor, desmancho-me em dores, pelos homens despatriados, 
Disseminados, abortados, esquecidos...
Quando a paz voltar e minha alma serenar, exibirei o mais belo
sorriso, desfolharei rosas vermelhas na sua presença....
Adornarei meus sonhos para a sua morada, recitarei um poema
declamando a vida... Nossas vidas...
Quisera ter os olhos cegos para os homens sem leis, agonias e insensatez
Que calam minhas palavras, adoecem minha alma...

Rosely Andreassa