BORBOLETA
Saiu do seu casulo amedrontada
Olhou p’ra si com ânsia, com vontade
De abrir as suas asas e, animada,
Voar, voar em plena liberdade
E foi pousar na rosa, no jasmim,
Beijar papoilas alta madrugada,
Acarinhar o lírio, o alecrim
E tudo no jardim rejubilava
E nesse seu bailado singular
A frágil borboleta ousou 'spalhar
Carinho e afeição à sua frente
Como era bom que dum casulo escuro
Nascesse um coração imenso e puro
Que desse amor e paz a toda a gente
José Sepúlveda