JÁ NÃO VOLTA A A MOCIDADE
O tempo a passar lá foi andando,
Eu vou olhando a vida no meu cais,
Os dias vão chegando sempre iguais
E assim sempre mais velho vou ficando.
Eu já fui a criança que, brincando
Pelos campos e montes, aos pardais,
Viveu dias felizes, divinais,
Dif’rentes dos que hoje eu vou vivendo.
O tempo de rapaz já se perdeu,
A criança feliz que já fui eu,
Morreu há muitos anos, é saudade,
A vida tudo dá e tudo tira
O que ontem era verdade, hoje é mentira,
Não volta nunca mais a mocidade!
Abílio Ferradeira de Brito