De Menina a mulher!
(A minha homenagem à MULHER)
Fui menina de pureza e doçura e sorria à vida
Tudo era belo como naquele jardim cheio de lindas flores,
Pensava no amor, e imaginava como seria a minha vez,
Nestas incertezas e sonhos, nas esperas assim vivia
Em ansiedade, cantava, falava com as flores e as aves,
Numa ansiedade, assim bem contida.
Que saudade tenho, quando cheia de alegria e esperança
De tanta pureza que havia no tempo da minha infância!
Mas, o tempo não perdoa, as horas, os dias passavam.
E hoje sou Mulher, como outra qualquer
Talvez sim, poderia ter sido mas a vida não deixou,
E entre muito gemidos da vida, sofrida e inventada,
Onde tive tudo, mas não tive nada.
Olho as minhas mãos, que tanto acariciei
Já que tudo dei, mas nada consegui, ou recebi
Dei o meu rosto, o meu esforço, e o meu corpo à vida.
E teimei ser a tal menina da minha infância
Em que a pureza, era toda a minha
Beleza,
Agora agarro-me à vida e peço-lhe tempo
Chamo o amor, a ternura e a fúria de viver
Num cruzar de olhos e vejo-me perdida,
Retenho na memória tanto tempo colorido.
E choro com amargura o amor que não vivi…
Mas, que com tanta dor esqueci
E sei que lá no Céu Deus assim quis
Que eu merecia ser feliz!
© Maria de Lurdes Cunha