sábado, 9 de março de 2019

SIM


Arte de Li Olivier


“SIM”


Ontem tornei a declarar-te meu grande amor,
Mostrei-te minha querida amor enorme e puro
Como são todas as corolas de uma flor
Ou como o texto do livro, do futuro…
E perguntei-te, enfim
Se sentias por mim
Igual ao meu amor, amor sem fim!
E tu, no idioma do pudor,
Baixando os olhos, murmuras-te: «sim»!
Cheia de confusão e de rubor!
Esta palavra só resume em si,
Um poema grandioso e atraente
Como a voz gentil de quem suavemente ri!
Como visão que aparecesse a um crente
O mundo iluminou-se, quando o ouvi,
Numa harmonia santa e esplandecente!
Esse «sim» foi como o canto das areias,
Grandioso como as vibrações do mar
Em noites sensuais de luas cheias…
A minha alma sentiu-se dilatar,
Como ao ouvir o canto das sereias
A alma de quem anda a navegar!

© Alfredo Costa Pereira