VOLTAR
Ontem, voltei! Amanhã, voltarei!
Quem não gosta de voltar?
Voltar
Sentir de novo o aconchego do nosso lugar
Onde já não há anjos, nem cegonhas
Nem telhados brancos, nem lobos “maus”
Nem sonhos, nem medos matinais
Nem a busca infindável do além monte
à descoberta!
Voltar
E
Calcorrear as pedras, sentir o toque da estaladiça caruma, a essência das maias
Abraçar estas árvores que sussurram o vento
Colher a cor do musgo verde e amarelo
Sempre belo.
Perder-se nos socalcos com muros de rosas e de heras
Sempre belas
Estes granitos infinitos!!!
Viajar nas asas das borboletas dançarinas
Escutar o murmúrio do rio, espelho das estrelas
A melodia silenciosa da natureza
O canto do melro, da toutinegra e da carriça
O bulício da folha que desce do céu
a bailar.
Quer sempre voltar
Para refletir, sonhar e contemplar
Com o sol e a lua a testemunhar
Neste encantado lugar, onde
É ela, o seu ser, o seu alvorecer
O seu entardecer
Vai, voltar sempre até depois…
de anoitecer.
© Isilda Monteiro