quarta-feira, 13 de março de 2019

VOLTAR



VOLTAR


Ontem, voltei! Amanhã, voltarei!
Quem não gosta de voltar?

Voltar
Sentir de novo o aconchego do nosso lugar
Onde já não há anjos, nem cegonhas
Nem telhados brancos, nem lobos “maus”
Nem sonhos, nem medos matinais 
Nem a busca infindável do além monte 
à descoberta!
Voltar 
Calcorrear as pedras, sentir o toque da estaladiça caruma, a essência das maias
Abraçar estas árvores que sussurram o vento 
Colher a cor do musgo verde e amarelo
Sempre belo.
Perder-se nos socalcos com muros de rosas e de heras 
Sempre belas
Estes granitos infinitos!!! 
Viajar nas asas das borboletas dançarinas 
Escutar o murmúrio do rio, espelho das estrelas 
A melodia silenciosa da natureza 
O canto do melro, da toutinegra e da carriça
O bulício da folha que desce do céu 
a bailar.
Quer sempre voltar
Para refletir, sonhar e contemplar 
Com o sol e a lua a testemunhar
Neste encantado lugar, onde
É ela, o seu ser, o seu alvorecer 
O seu entardecer
Vai, voltar sempre até depois…
de anoitecer.

© Isilda Monteiro