terça-feira, 24 de março de 2020

SEM PERDÃO




SEM PERDÃO


Tão longe está o mar, tão perto estava
Quando menino fui e o olhei,
Na vez primeira que lhe perguntei
Em que praia nascia e acabava...

Olho hoje esse mundo que deixei,
O mundo ao qual jurei que não deixava
Quando com alegria cavalgava
As ondas que traí, quando jurei...

O mar forte é sustento e é guarida
Mas sofreu, também ele, a solidão
E jamais perdoou minha partida...

Peço agora, submisso, seu perdão
Pela fuga que fiz p´ra outra vida
E sonho regressar, mas é em vão.