terça-feira, 15 de setembro de 2020

HOMENAGEM A BOCAGE




O DIA EM QUE EU NASCI 


“Homenagem a Bocage” (*)


O dia em que nasci seja louvado,
E tudo quanto existe se exalte
Para que nada ao Universo falte
E possa eu dizer que sou honrado.

Passei, a minha vida, angustiado
Entre a dor de a viver e o seu esmalte,
Naquele sonho em que sofri desfalque
Por nunca o conseguir ter realizado.

Mas eu nasci, cresci e amadureci,
Correndo todo o orbe para aprender
A desbravar, a lutar e a escrever…

Entre o sim e o não daquilo que vivi,
Ficaram versos feitos de verdade
À clara luz do esmero e qualidade…

Bocage sou – e com orgulho serei!
Aquele ser humano qu´ engendrei
De vir a ser pioneiro da Liberdade!

© Frassino Machado

In OS FILHOS DA ESPERANÇA

(*) – Bocage, patrono da «Tertúlia Poética América Miranda»


Manuel Maria Barbosa du Bocage 

nasceu em Setúbal,

a 15 de Setembro de 1765

 

JÁ BOCAGE NÃO SOU 


Já Bocage não sou!... À cova escura
Meu estro vai parar desfeito em vento...
Eu aos Céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura.

Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento;
Musa!... Tivera algum merecimento
Se um raio de razão seguisse pura!

Eu me arrependo; a língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria.

Outro Aretino fui ... A santidade
Manchei – Oh! Se me creste, gente ímpia,
Rasga meus versos, crê na eternidade!

© Barbosa Du Bocage

In RIMAS




TERTÚLIA POÉTICA AMÉRICA MIRANDA


ELMANO SADINO (*) – Hino a Bocage


Letra e música de Frassino Machado


Elmano, Elmano Sadino
Tens força de tradição
Nossa alma canta-te o hino,
Com versos do coração.
Elmano, Elmano Sadino,
És sempre a nossa canção!

És poeta nascido sobre o Sado azul
Criaste um modelo de íntegra história
Teus versos correndo p’ lo norte e p’ lo sul
São alma no povo da tua memória.

És poeta do mundo por mar e por terra
Fizeste odisseia por cidades mil
Teus versos de paz e teus versos de guerra,
Vão deste país ao distante Brasil.

És poeta vivido em justa alegria,
Nos ricos, nos pobres, sentiste equidade
Teus gestos, teus gritos em doce harmonia
Abriram caminho para a liberdade...

És poeta guerreiro, teu lema é justiça,
São limpos os cantos que atearam paixões,
Venceste os fantasmas do ódio e da liça
Morando p’ ra sempre nos fiéis corações.

© Frassino Machado

In MENSAGEIRO CANTANTE

(*)  – pseudónimo de Barbosa du Bocage