
O FERREIRO
Ferreiro que malha ferro
Malha contrafortes da vida
Na força de um ferro-velho
Em bigorna consumida
É de chapa o seu portal
De chumbo o seu caixão
Sua têmpera é imortal
Dum fogo sem ter paixão
Maçarico que tudo queima
Sem verdura nem paisagem
É martelo qu’em tudo teima
Em contrapor a mensagem
Quando o ferro é mordido
Até pode virar um cão
Ladra quando é batido
Pela força do pulmão
Na força de um talento
Que faz jus ao justiceiro
Lenta, lenta, lento, lento
Bate a vida no ferreiro.
© ARIEH NATSAC