segunda-feira, 7 de setembro de 2020

O FERREIRO



O FERREIRO


Ferreiro que malha ferro
Malha contrafortes da vida
Na força de um ferro-velho
Em bigorna consumida

É de chapa o seu portal
De chumbo o seu caixão
Sua têmpera é imortal
Dum fogo sem ter paixão

Maçarico que tudo queima
Sem verdura nem paisagem
É martelo qu’em tudo teima
Em contrapor a mensagem

Quando o ferro é mordido
Até pode virar um cão
Ladra quando é batido
Pela força do pulmão

Na força de um talento
Que faz jus ao justiceiro
Lenta, lenta, lento, lento
Bate a vida no ferreiro.

© ARIEH NATSAC