Pintura de Claude Monet
“A DESPEDIDA DO ANO DE 2019”
O ano vai passar a cantar a vida como um rouxinol:
Cigarra imprevidente, incauto acostumado,
Ele nunca quis saber, alegre e descuidado,
Se a flores perdiam o viço ou se morriam ao sol!
Como o ano velho sabia cantar! Cabeça estonteada
Na procura febril do seu melhor cantador
Trazia a transbordar, a boca incendiada
De mentiras, e de novos desejos sem pudor.
E tudo parecia tão bom, e tudo parecia tão doce!
Quem me dera que assim para a minha vida fosse…
Mas o que foi não é. É Inútil e revolta.
Cuidado! A vida é breve, e assim é triste,
O que ela tem de bom, só na verdade existe.
E a nossa primavera é só uma, e não volta!
© Alfredo Costa Pereira