sábado, 21 de dezembro de 2019

PRESÉPIO VIVO




PRESÉPIO VIVO


Em tempo antigo
O presépio era vivo
José e Maria se reflectia
Nas pessoas da avó e do avô 
Em volta seus netos e filhos
A família uma só.
Havia um rebanho 
Um pastor e um estábulo
Na loja o burrinho
Na pocilga o boi 
Era substituído pelo porquinho.
Amassavam-se as filhoses 
Para alegria dos mais pequeninos
Cantava-se à volta da fogueira
Ao Deus menino tão pequenino.
Tenho estas memórias guardadas
Lembrança e quanta saudade
Cada pessoa é lembrada
No presépio da humanidade.
Saudades de tanto empenho…
Do avô e da avó, dos pais que já não tenho,
Tanto mistério neste presépio humano, 
A saudade engole a gente.
A luz do presépio era fraca 
Mas estava sempre presente
A candeia era alimentada com azeite.
A casa era humilde, não muito importante,
Mas suficiente 
Para o nosso aconchego.
A lembrança da nossa fé
E da nossa inocência
Vinha com a presença
Do divino infante.
A simplicidade daquele presépio humano,
Tinha enfeite irrelevante
Transmitia paz e alegria
Na sua essência, no meio do alarido
Da presença das tias e tio.
Na ceia, não faltavam as filhoses
O pão e vinho e o sorriso abundante
Esperando as doze badaladas
Para celebrar o nascimento
Do divino infante
Reflectia sobre estes engodos,
Tanta alegria, nos unia,
Jesus nascia para todos.