Arte de Carl Spitzweg – o poeta pobre
MISTÉRIOS
Para aqueles montes encobertos
Com meus braços todos abertos,
Trouxe silêncio cheio de estrelas;
Num amor vago com cores belas!
no mar, para as pessoas que vivem
Na faina dura a saber a sal sozinhas,
Levei-lhes o Luar, e assim convivem
Desenvencilhando o peixe das linhas!
Tudo isto são sonhos, gotas que vou
Arremessando à sorte para Imensidade;
Sentei-me lado ao Poeta, que me fitou;
Pois sabe que são dele todos os mistérios
Tendo-me ouvindo-me sem dificuldade,
Evidenciando sempre os seus critérios!
© Alfredo Costa Pereira