PRELÚDIO DE NATAL
Inicia-te comigo neste frio Natal
Falso e artificialmente aquecido
Em fragrâncias subtis de um ritual
Aromático, e de velas carecido,
Arranca-me a ansiedade do peito
E solta a tua bela musicalidade
Neste prelúdio em "Allegro" escrito
Que se chama avareza e vaidade,
Deixa aquecer o amor e a saudade,
Sós, nas ténues chamas do madeiro
Dando as boas festas à humanidade,
Acaba de vez com esta insanidade
De querer viver na pura falsidade
Os tempos que vivemos de verdade.
© Jorge Manuel Ramos